24 de setembro de 2010

O que era a minha dor, afinal, em comparação com a felicidade dela?

Minha testa estava pressionada nos meus joelhos, e eu me perguntei quanto tempo mais eu seria capaz de agüentar tudo isso. Talvez isso tudo fosse desesperançado.
Talvez, se a minha tentativa já estava mesmo predestinada ao fracasso, eu devia parar de me torturar e simplesmente voltar...
A idéia era poderosa, tão curativa - como se as palavras contivessem um forte anestésico, levando embora a montanha de dor na qual eu estava enterrado - que me deixou ofegante, me fez ficar tonto.
Eu podia ir embora agora, eu podia voltar.
O rosto de Bella, sempre atrás das minhas pálpebras, sorriu pra mim.
Era um sorriso de boas vindas, de perdão, mas ele não teve o efeito que o meu subconsciente provavelmente esperava que ele tivesse.
É claro que eu não podia voltar. O que era a minha dor, afinal, em comparação com a felicidade dela? Ela devia ser capaz de sorrir, livre do medo e do perigo. Livre de esperar por um futuro sem alma. [...]
Eu havia feito uma promessa. Bella merecia uma vida. Eu havia feito uma promessa. Bella merecia uma vida.
Eu repeti as palavras como se fossem uma reza, tentando limpar da minha cabeça a imagem sedutora da janela escura de Bella. A porta de entrada para o meu único santuário. Sem dúvida eu teria que rastejar, quando eu voltasse. Eu não me importava com isso. Eu podia passar a próxima década de joelhos e feliz se eu estivesse com ela.[...]
Ela está morta Edward-.
Uma pausa mais longa.
-Eu... lamento. Porém, você tinha o direito de saber, eu acho. Bella... se jogou de um penhasco há dois dias atrás. Alice viu, mas era tarde demais pra fazer alguma coisa. Mas eu acho que ela teria ajudado, quebrado a palavra dela, se houvesse tido tempo.
Ela voltou pra fazer o que podia por Charlie. Você sabe como ela sempre se importou por ele --
O telefone ficou mudo. Eu levei alguns segundos pra perceber que havia desligado o telefone.
Eu me sentei na escuridão poeirenta com um tempo longo, congelado. Era como se o tempo tivesse acabado. Como se o universo tivesse parado.
Lentamente, me movendo como um homem velho, eu liguei o telefone de novo e liguei para o único número que eu prometi a mim mesmo que nunca ligaria de novo.
Se ela atendesse, eu ia desligar. Se fosse Charlie, eu ia pegar a informação que precisava por algum subterfúgio. Eu ia provar que a piadinha doentia de Rosalie estava errada, e depois ia voltar para o meu vazio.
-Residência dos Swan-, atendeu uma voz que eu nunca tinha ouvido antes. Uma voz de homem rouca, profunda, mas ainda jovem.
Eu não parei pra pensar nas implicações disso.
-Aqui é o Dr. Carlisle Cullen-, eu disse, imitando perfeitamente a voz de meu pai. -Será que eu poderia por favor falar com Charlie?-
-Ele não está aqui-, a voz disse, e eu fiquei levemente surpreso pela raiva contida nela. As palavras foram quase um rugido. Mas isso não importava.
-Bem, onde ele está então?-, eu quis saber, ficando impaciente.
Houve uma curta pausa, como se o estranho estivesse tentando esconder a informação de mim.
-Ele está no funeral-, o garoto finalmente respondeu.
Eu desliguei o telefone de novo.


-Extras do Livro New Moon; 
http://docevampiro.forumeiros.com/lua-nova-f4/extras-de-new-moon-7-noticias-de-rosalie-t52.htm texto completo!

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